sexta-feira, 15 de abril de 2011

"Quando surge o alviverde imponente"...

                                                                                                                                         Por: Anita Brito
                                                                                                                                           @Aniiita_Brito


Só quem conhece a verdadeira história do Palmeiras pode entender as razões que levam a sua torcida ser tão apaixonada e orgulhosa.
Eu, como palmeirense, também apaixonada e também orgulhosa, venho - timidamente - expressar essa minha paixão com alguns textos que escrevo nos momentos em que sinto que só o fato de torcer já não é suficiente. Então me arrisco, mesmo que as vezes eu tenha a certeza de que não existam as palavras certas que possam dimensionar esse amor imenso.
Portanto, peço licença para começar, e começar do começo, como se deve.



"Quando surge o alviverde imponente"...

Aqueles,sim, eram tempos difíceis.
Éramos alvos de perseguição política, preconceito, chamados de fascistas anti brasileiros... Traidores da Pátria.
Aproveitavam-se do fato de termos um clube idealizado por imigrantes oriundos da Itália (país que se tornou inimigo do Brasil durante a II Guerra Mundial), para usar do decreto assinado em março do mesmo ano que dizia que todos os bens estrangeiros deveriam ser confiscados.

Na fria noite de 14 de setembro de 1914, na sede do Palestra de São Paulo, (nome que tomou lugar da Sociedade Esportiva Palestra Itália, pelo motivo do mesmo decreto) sob a apavorante ameaça de invasão por parte dos interessados em tomar o nosso estádio, que uma reunião foi marcada às pressas com o intuito de tentar impedir que pegassem a nossa casa. Conforme os sócios chegavam, imediatamente juntavam-se àqueles que já haviam chegado momentos antes e ajudavam a encher as barricas com gasolina e as espalhar pelas dependências do clube. Isso mesmo. Se realmente alguém ousasse invadir o Palestra aqueles homens apaixonados e corajosos optariam por atear fogo a entregar o nosso mais precioso bem. O Palestra foi comprado com dinheiro dos sócios, não foi financiado por governo nenhum.
Todos apreensivos.
Olhos fixos no portões.

De repente chega o Dr. Mário Minervino, advogado. Desce de seu carro com os olhos transbordando de esperança e diz numa altura em que todos pudessem entender claramente: _"Se não nos querem Palestra, pois seremos PALMEIRAS e nascemos para ser CAMPEÕES"!

Foi no dia 20 de setembro de 1942, no Pacaembu. Exatamente seis dias após ter sido obrigado a trocar o nome de Palestra de São Paulo, que o nosso alviverde imponente surgiu no gramado pela primeira vez com o nome de Sociedade Esportiva Palmeiras. Éramos líderes e íamos disputar, contra o São Paulo Futebol Clube, o título do Campeonato Paulista.
Os nossos jogadores entraram em campo carregando uma grande bandeira brasileira, como quem gritava:

        "_Sim, nós somos tão brasileiros quanto vocês"!
Foi um jogo tenso.Cheio de provocações, com entradas violentas. Mas o que ninguém podia imaginar é que o verdão estava mesmo impossível naquele dia. Marcou um, dois, três gols e quando o árbitro apitou penalti e expulsou o zagueiro do São Paulo, todo o time sãopaulino abandonou o campo em protesto. O placar marcava 3 X 1. 
O primeiro título levando o nome  Palmeiras foi conquistado e mais que isso, neste dia foi conquistado definitivamente o direito que nos queriam tirar, o de sermos um time brasileiro!
Uma faixa enorme foi estendida pela torcida palmeirense: "Morreu um LÍDER e nasceu um CAMPEÃO".